Susan Boyle foi longamente aplaudida na noite dessa terça-feira em Newcastle, na estreia de um musical que faz a retrospectiva da trajetória desta ex-desempregada escocesa com "voz de ouro", que se tornou uma estrela planetária graças a um programa de televisão em 2009. Radiante em um vestido vermelho, Susan interpretou a canção que a lançou à fama e que dá nome ao musical, "I Dreamed A Dream", diante de um público entusiasmado que gritava "Susan, te amamos".
A atuação era particularmente esperada porque a artista, católica fervorosa, não havia voltado a se apresentar no Reino Unido desde que cantou para o papa Bento XVI em Birmingham, em setembro de 2010. A atriz Elaine Smith interpreta Susan Boyle no musical, mas a sensação desta noite de estreia foi o aparecimento da cantora para duas canções no fim do espetáculo. O musical revive o conto de fadas desta filha de imigrantes irlandeses que tinha nove irmãos, foi alvo de zombaria na escola devido a um leve retardo mental e encontrou na música um refúgio para sua timidez.
Susan, que aos 50 anos continua vivendo na modesta casa da localidade escocesa de Blackburn, onde cresceu, “nunca havia sido beijada” por um homem antes de alcançar a fama. Há três anos ainda era uma mulher gorda e descabelada que cantava em corais, igrejas ou bares. Mas tudo mudou durante o casting para um programa de televisão, onde os comentários irônicos pararam imediatamente quando começou a cantar. Sua versão do tema principal de "Los Miserables", "I Dreamed A Dream", conquistou o júri e, sobretudo, o público. O vídeo foi visto 500 milhões de vezes no YouTube, e seus três álbuns totalizam 16 milhões de cópias vendidas.
O musical retoma momentos emotivos, cômicos ou até cruéis. Narrado como se a própria cantora estivesse contando sua vida. Smith, eleita pessoalmente por Susan para encarná-la e co-autora do espetáculo, explicou que "não queria fazer uma história melosa", embora tenha admitido que "o equilíbrio era delicado entre os momentos felizes e os momentos de grande emoção". "O que me fascinou é o lado comum desta mulher e sua trajetória pessoal. Durante 20 anos, todo o mundo viveu com a ideia de que se uma mulher não era alta, magra, loira e linda, não contava. Susan fez tudo isso voar em pedaços", acrescentou.
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