Na versão brasileira de Xanadu, a musa grega Clio desce do Monte Olimpo para a Praça Paris, no Rio de Janeiro de 1980, para inspirar o artista Sonny Malone a criar sua obra prima: um local onde todas as artes possam se encontrar. Curiosamente, no início da década de 80 os palcos do Rio de Janeiro foram tomados de surpresa por um movimento que ficou conhecido como "Teatro Besteirol", que revelou nomes como Guilherme Karan, Diogo Vilela e... Miguel Falabella. Os créditos projetados logo no início do espetáculo já subintitulavam o musical como "Um Besteirol da Broadway", o que apenas confirmava que o propósito da peça é que tenhamos uma agradável e divertida noite no teatro.
Assim sendo, para se desfrutar totalmente desse musical, é preciso adormecer o lado crítico e se entregar à diversão sem culpa, permitindo-se rir dos diversos apartes que os atores fazem com piadas sobre twitter e facebook, mesmo estando em 1980, já que mesmo a versão norte-americana já fazia tal licença poética, uma vez que o musical foi criado como uma paródia do filme de 1980 que, apesar do sucesso comercial obtido pela trilha sonora, não foi muito bem de bilheteria, tendo inspirado a criação do prêmio "Framboesa de Ouro", a premiação entregue aos piores filmes do ano.
A tradução do texto de Douglas Carter Beane ficou a cargo de Arthur Xexéu, que fez muito mais que apenas uma tradução. Procurou trazer a peça para o Rio de Janeiro de 1980. Mas esta transposição foi refletida no cenário apenas por cachos de banana estampados nas laterais do palco. Já as versões em português, por sua vez, foram mais traduzidas que versionadas, e o excesso de sílabas adicionadas por vezes alteravam bastante o formato original das músicas.
A sessão em que estive presente, no dia 18/02/12, foi cheia de substituições. Além da sabida substituição do global Tiago Fragoso pelo brasiliense Danilo Timm, Sabrina Korgut foi substituída por Carla Vasquez e Danielle Winits foi substituída por Renata Ricci, com muita segurança e pulso, demonstrando um notável crescimento vocal. A excelência com a qual os três atores representaram seus papéis mostra como certamente estudaram não como substitutos, mas sim com toda a dedicação que se estuda o papel principal.
E não apenas os três, mas todo o elenco, é o motivo pelo qual o espetáculo merece ser aplaudido. A entrega com a qual cada um desempenha seu papel, seja ele grande ou pequeno, é admirável, com destaque especial para Brenda Nadler ao interpretar Tétis, um pequeno papel na cena do Olimpo, que se torna o centro das atenções.
Sidney Magal, que interpreta o personagem Danny McGuire, mostra a que veio com muita presença de palco, simpatia e sua voz tão característica interpretando. Mas a cena de sapateado onde vemos uma versão mais jovem de McGuire, interpretado por Fabrício Negri, ganhou uma parte dublada (com direito a uma nada discreta “cola” do texto deixada no palco para Magal), não fica claro se a cena é para ser levada a sério ou se estamos mais uma vez no espírito do besteirol brasileiro.
Porém, se o objetivo da peça era me divertir, ela conseguiu. Pretendo voltar principalmente para assistir Sabrina Korgut interpretando Calíope e para ver se a iluminação conseguiu resolver os eventuais problemas técnicos pelos quais deveriam estar passando no dia em que assisti ao espetáculo.
P.S.: Um agradecimento especial ao Google Imagens por me ajudar a “dar nome” aos atores que vi no palco, uma vez que não houve venda do programa da peça no dia em que assisti. Falabella já havia dito publicamente que “No Brasil, compra-se ingresso para ver famoso”, será que ele pensa o mesmo dos programas?
Assim sendo, para se desfrutar totalmente desse musical, é preciso adormecer o lado crítico e se entregar à diversão sem culpa, permitindo-se rir dos diversos apartes que os atores fazem com piadas sobre twitter e facebook, mesmo estando em 1980, já que mesmo a versão norte-americana já fazia tal licença poética, uma vez que o musical foi criado como uma paródia do filme de 1980 que, apesar do sucesso comercial obtido pela trilha sonora, não foi muito bem de bilheteria, tendo inspirado a criação do prêmio "Framboesa de Ouro", a premiação entregue aos piores filmes do ano.
A tradução do texto de Douglas Carter Beane ficou a cargo de Arthur Xexéu, que fez muito mais que apenas uma tradução. Procurou trazer a peça para o Rio de Janeiro de 1980. Mas esta transposição foi refletida no cenário apenas por cachos de banana estampados nas laterais do palco. Já as versões em português, por sua vez, foram mais traduzidas que versionadas, e o excesso de sílabas adicionadas por vezes alteravam bastante o formato original das músicas.
A sessão em que estive presente, no dia 18/02/12, foi cheia de substituições. Além da sabida substituição do global Tiago Fragoso pelo brasiliense Danilo Timm, Sabrina Korgut foi substituída por Carla Vasquez e Danielle Winits foi substituída por Renata Ricci, com muita segurança e pulso, demonstrando um notável crescimento vocal. A excelência com a qual os três atores representaram seus papéis mostra como certamente estudaram não como substitutos, mas sim com toda a dedicação que se estuda o papel principal.
E não apenas os três, mas todo o elenco, é o motivo pelo qual o espetáculo merece ser aplaudido. A entrega com a qual cada um desempenha seu papel, seja ele grande ou pequeno, é admirável, com destaque especial para Brenda Nadler ao interpretar Tétis, um pequeno papel na cena do Olimpo, que se torna o centro das atenções.
Sidney Magal, que interpreta o personagem Danny McGuire, mostra a que veio com muita presença de palco, simpatia e sua voz tão característica interpretando. Mas a cena de sapateado onde vemos uma versão mais jovem de McGuire, interpretado por Fabrício Negri, ganhou uma parte dublada (com direito a uma nada discreta “cola” do texto deixada no palco para Magal), não fica claro se a cena é para ser levada a sério ou se estamos mais uma vez no espírito do besteirol brasileiro.
Porém, se o objetivo da peça era me divertir, ela conseguiu. Pretendo voltar principalmente para assistir Sabrina Korgut interpretando Calíope e para ver se a iluminação conseguiu resolver os eventuais problemas técnicos pelos quais deveriam estar passando no dia em que assisti ao espetáculo.
P.S.: Um agradecimento especial ao Google Imagens por me ajudar a “dar nome” aos atores que vi no palco, uma vez que não houve venda do programa da peça no dia em que assisti. Falabella já havia dito publicamente que “No Brasil, compra-se ingresso para ver famoso”, será que ele pensa o mesmo dos programas?
Créditos da segunda foto: Miguel Pinto Guimarães
Por Rafael Oliveira
Diretor cênico, roteirista e versionista da Escola de Teatro Musical de Brasília (ETMB)
https://sites.google.com/site/ musicalembomportuguesintro/
https://sites.google.com/site/
1 comentários:
Ola querido, adorariia que voltasse pra assistir novamente o espetaculo com o elenco original. Estava com um problema no rosto, uma bacteria que o fez inchar muito. Por isso tive que me afastar. Mas espero que possa nos ver novamente!!!
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