O Rio de Janeiro cresce e aparece no mercado dos musicais com a produção de espetáculos de porte, no apoio das empresas na indústria da cultura-entretenimento e na aceitação do público, que tem comparecido e prestigiado as produções. Com a demanda, cresce também o número de peças e a contratação de equipe técnica e elenco. De olho no mercado que se abre, artistas com diferentes histórias buscam a profissionalização ou o aperfeiçoamento de técnicas para não ficar fora do palco.
Para isso cursos de canto, teatro e dança são procurados por aspirantes ou profissionais. O Rio No Teatro acompanhou uma turma que sonha com os palcos, os cenários que descem e as escadas que acendem, em um verdadeiro mergulho musical.
Aquecimento vocal e muito alongamento antes de começar um “passadão”, sim um ensaio geral com luz, figurino e marcas ( momento de checar todos os detalhes, principalmente com a equipe técnica). O elenco estava pronto e depois dos devidos aquecimentos, hora de começar. Frio na barriga e tensão fazem parte deste momento para quem deseja crescer na carreira.
Para a pianista Milena Almenara de 28 anos, hoje existe uma procura muito grande e o artista tem que ser completo. “É preciso dançar, cantar e representar...se faz tudo...”, ressaltou Milena.
Antes de entrar em cena, a paulista Marisa Fontes, 37 anos, Psicóloga e pedagoga acertava os detalhes da voz. Marisa conta que sempre trabalhou com a área artística e desenvolveu projetos de arte educação. Hoje procura cursos e tenta conciliar os trabalhos.“Sou uma grande apaixonada pela música. Aqui é bom porque aprendo também a dançar e atuar... Já canto profissionalmente, mas confesso que tenho muita dificuldade de cantar dançando...tenho que estar preparada para as oportunidades.’, revela Marisa.
Já Marcela Dias, de 28 anos é atriz e cantora profissional, tem um grupo de musical chamado as Sadomusicistas, com o lema “É muita mulher para pouco musical”. Marcela acredita que é preciso estar sempre estudando para se aperfeiçoar cada vez mais. Assim é possível se qualificar. “ Faço sapateado, canto e teatro”, diz a atriz-cantora dona de um agudo e de uma extensão vocal de dar inveja.
Quando a pergunta é sobre a quantidade de mulheres no mercado, ela não tem dúvidas na resposta “É muita mulher para pouco musical” , cada vez mais temos mais gente especialzada. “Antigamente era possível apenas saber cantar ou dançar ou atuar, hoje é bem diferente...”, conta Marcela.
Marcelo Neves de 36 anos, é tradutor e interprete. Agora faz cursos para aperfeiçoar a música e a dança aproveitando o tempo de sobra. Seu grande objetivo é conciliar suas carreiras e diz ser fácil porque trabalha por conta própria.
Allan Garcia é de Caxias do Sul, tem 24 anos e vive de música. O rapaz que está no Rio de Janeiro há cinco meses resolveu aprender teatro e já se sente em casa. “Quando a oportunidade aparecer quero estar preparado. Me falta um pouco a parte cênica, então vamos trabalhar...”
Para a preparadora vocal Mirna Rubim, o mercado econômico aquecido, com profissionais melhor preparados favorecem o “Boom” dos musicais no Rio de Janeiro. “Fiz um doutorado em 2004 e hoje percebo que temos mais profissionais preparados para ensinar.As empresas também tem acreditado mais na transformação da cultura de entretenimento em algo rentável.”, diz Mirna que brilhou recentemente no musical “A Noviça Rebelde” de Charles Miller e Claudio Botelho.
Mirna Rubim é considerada uma das melhores preparadoras vocais do Brasil. Dentre as celebridades que foram ou ainda são seus alunos destacam-se Miguel Falabella, Marília Pera, Isabella Bicalho, Alessandra Maestrini, Alessandra Verney, Kiara Sasso, Soraya Ravenle, Cris Gualda e Murilo Rosa. Mirna afirma que qualquer um pode cantar, mais para engrenar no mercado vai depende do nível técnico e emocional do profissional.
“Nunca vai existir espaço para todos e os níveis variam. É importante ressaltar o desgaste físico e o sacrifício da carreira. Negociar a vida pessoal com os palcos não é nada fácil. Com isso percebemos alguns casos de pessoas que são muito boas e acabam desistindo. Para ser ator de teatro musical tem que ser um ótimo na arte de atuar e cantar, não necessariamente dançar.” ,diz Mirna Rubim.
Quando falamos sobre a falta de espaço dos novos atores-cantores nas audições, Mirna é categórica: “Quem é bom fica, o espaço de quem está no mercado acaba sendo mantido pelos diretores, que se acostumam com determinados grupos, por conta até mesmo da confiança no elenco. O conselho que dou para quem está começando é: Não queira saber onde vão chegar, tratem de abrir oportunidades.”.
A dica para quem quer começar está em fazer aulas e oficinas, já que é possível se ter noções do que poderá encontrar pela frente, saber das audições, conhecer outros atores e aspirantes com interesses em comum.
Reproduçaõ: Rio no teatro
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