"A pessoa pode ter um currículo incrível, super qualificado, mas para aquele espetáculo não serve."
Marcela Altberg tem em seu currículo a produção de elenco de cinco musicais (A noviça Rebelde, O despertar da primareva , Gypsy e agora Hair) cinco longas metragens, quatro séries de Tv e inúmeros comerciais.
Se para escolher o ator que vai aparecer na tv dando vida a um personagem já é difícil imagine escolher um para cantar, atuar e dançar em uma mega produção musical. A competência nessa hora realmente é o fundamental para saber quem dá conta do recado e quem ainda não está preparado para encarar o desafio.
Para o musical ‘Hair’, que estreia em outubro no Teatro Oi Casagrande, o processo foi através das já conhecidas audições. Durante duas semanas e meia, foram ouvidos e avaliados centenas de candidatos a Claude, Berger, Sheila, Crissy, Hud, Woof e todos os personagens do espetáculo. Dos 5 mil currículos recebidos, 2 mil concorrentes passaram pelas audições. Desses dois mil entrarão apenas 30.
Quem gerencia o trabalho de audição de ‘Hair’ é uma das mais conceituadas produtoras de elenco do país, Marcela Altberg, que vem trabalhado com a dupla nos últimos quatro anos.
No intervalo dos trabalhos o site da empresa Moeller Botelho conversou com Marcela especificamente sobre as audições desse musical e o Bê-a-Broadway reproduz o papo.
Que critério específico você adotou nas audições de Hair?
As pessoas se inscreveram por e-mail, enviando currículo e foto. Eu analisei todos os materiais que a gente recebeu. É importante todo mundo saber que todo material que recebo, eu olho. Não tem essa de ‘pelo volume de inscrições, não deu’. A gente vê tudo. Só que a gente analisa com o perfil que estamos procurando para o espetáculo. A pessoa pode ter um currículo incrível, super qualificado, mas para aquele espetáculo não serve.
É bom que as pessoas entendam que nós temos critérios de escolhas em função do que precisamos em cada espetáculo. Nem sempre todo mundo vai ser chamado para todos, mesmo as pessoas que já foram chamadas mais de uma vez.
A gente tá com um critério rigoroso de escolha porque temos que canalizar e focar para o espetáculo. Nem sempre eu consigo responder todas as pessoas, porque a quantidade de currículos foi muito grande, mas todos foram olhados com o maior cuidado e o maior respeito.
Neste trabalho você acaba lidando também com as críticas de candidatos que não foram chamados ou não foram aprovados…
É óbvio que quem é chamado fica feliz e quem não é chamado fica triste. Mas eu faço o meu papel, que é analisar artisticamente quem tem as características e o perfil procurado para aquele espetáculo específico. Esse é o critério, absolutamente esse. Não existe critério de tipo físico, por exemplo. A gente trabalha com vários tipos. Não é verdade que só procuramos ‘gente bonita’. A gente trabalha com os tipos que precisamos ter em cada espetáculo.
O que você achou da qualidade dos candidatos nesta audição?
A cada audição que passa a qualidade das pessoas que se inscrevem melhora. Agora nós temos um caminho mais aberto para isso. Temos agora a cultura da audição. É muito difícil que um espetáculo de Charles Möeller & Claudio Botelho seja feito sem audição. E com isso, as pessoas estão se preparando mais, estão correndo atrás… A gente viu coisas muito legais de pessoas que audicionaram para o Despertar da Primavera e não passaram para uma segunda fase e agora, em Hair, passaram. A gente percebe que nesse espaço de tempo, eles se prepararam e evoluíram. É bom que as pessoas saibam que nós estamos prestando atenção nisso tudo. Não é porque a pessoa não foi tão bem em uma audição que não vamos chamar de novo.
O Charles Möeller costuma dizer que é bom fazer audição, pois os candidatos vão ganhando cada vez mais experiência…
Exatamente. A audição de musical é como qualquer teste de elenco pra cinema, pra TV, pra publicidade… o candidato vai ganhando experiência, vai entendendo como é, o que ele tem que melhorar para uma próxima vez… o Charles e o Claudio costumam até orientar as pessoas para elas saberem aonde elas têm que trabalhar. Passar e não passar é a vida. Infelizmente tudo na vida é assim: alguns passam e outros não. E não passar não necessariamente é ruim.
Fonte: Site do Moeller Botelho produções
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