A afirmação de que o teatro é uma arte sem dinheiro não cabe no mundo dos grandes musicais.
Há cerca de dez anos, o Brasil entrou na rota das superproduções internacionais e formou mercado técnico e artístico para atuar nestes espetáculos, que já investiram R$ 60 milhões por aqui e geram 25 mil postos de trabalho.
São Paulo é a Broadway brasileira. A cidade possui três grandes salas dedicadas quase que exclusivamente a musicais: os teatros Abril, o maior de todos, com 1.530 lugares, Bradesco (1.457 lugares) e Alfa (1.110 lugares). Além disso, outras salas da capital sediam musicais de estrutura cenográfica menor, como os teatros Frei Caneca (600 lugares), Sérgio Cardoso (856 lugares) e Procópio Ferreira (671 lugares).
Oferta ao público é o que não falta na maior metrópole nacional. Neste fim de semana, por exemplo, estão em cartaz em São Paulo, ao mesmo tempo, cinco grandes musicais: Tim Maia – Vale Tudo, no Procópio Ferreira, Hair, no Frei Caneca, O Violinista no Telhado, no Alfa, A Família Addams, no Abril, e Priscilla – Rainha do Deserto, no Bradesco.
Se o brasileiro já se apaixonou em ver atores cantando e dançando, ainda se queixa dos preços altos deste tipo de produção. Os ingressos para um musical em São Paulo podem variar de R$ 40 a R$ 250. É a forma que produtores encontram de ter lucro diante de investimentos que muitas vezes ultrapassam os R$ 6 milhões.
Amanda Acosta |
A atriz e cantora Amanda Acosta, que protagonizou um dos musicais mais vistos no Brasil, My Fair Lady, que levou 150 mil pessoas ao Alfa em 2007, afirma que a era dos musicais veio para ficar.
- Os artistas brasileiros estão se aperfeiçoando cada vez mais, fazendo cursos se dedicando. E o público percebe essa qualidade e prestigia nossos espetáculos. Acho que os musicais só tendem a crescer cada vez mais.
Tal crescimento atrai novos artistas ao gênero, como a atriz Vanessa Barros, que resolveu se aprofundar nos estudos para fazer bonito nas audições.
- Decidi me especializar em teatro musical quando eu enxerguei que essa atividade podia ser uma profissão. Fazia show de patinação artística e já tinha repertório de musical na cabeça. Além disso, era uma forma de aliar três artes que, separadamente, já têm uma enorme capacidade de comunicação: a dança, o teatro e o canto.
Montagem nacional de "Hair" |
Em Nova York, musical é levado a sério. E merece estudos especializados, por aqui ainda coisa rara. Uma pesquisa feita entre junho de 2010 e junho de 2011 apontou dados sobre o público que frequenta a Broadway. Dos 12,5 milhões de espectadores no período (65% mulheres), cerca de 10,3 milhões assistiram a musicais e apenas 2,1 milhões prestigiaram peças tradicionais, enquanto só 55 mil espectadores viram especiais.
Entre junho de 2008 e junho de 2009, a Broadway gerou quase US$ 10 bilhões para a economia nova-iorquina, criando 84,4 mil empregos. Os musicais ainda servem para atrair público de outros lugares à cidade. Do público que frequenta os teatros da 5ª Avenida, 62% são turistas e apenas 38% é de população local. E trata-se de um público qualificado, já que 41% dos espectadores têm curso superior.
Fonte: R7
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