segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Meu diário musical - Cap 1: Quem eu sou?

Nota do editor:

Hoje começamos aqui no Bê-a-Broadway uma nova sessão, “Meu diário musical”. Nesta parte vamos seguir a saga de um aluno de teatro musical tentando conseguir seu lugar ao sol.

Como somos um blog sobre este assunto achamos que seria interessante acompanhar como é a vida de quem está começando, os primeiros passos, audições, erros e acertos. Para tal missão encontramos um personagem mais que inusitado. Ele nunca tinha visto um musical inteiro, tinha pavor de sapatilhas e começou neste mundo com uma idade onde grande parte dos interessados em teatro musical já teria o dobro de bagagem que ele tem.

Mas nem tudo são desaventuras , com um mega talento sendo lapidado , bom humor e muita força de vontade tenho certeza nosso colunista irá cativar você com esta saga narrada quase que em tempo real.

A princípio lançaremos algumas notas que já temos arquivadas e quando normalizarmos com o que tem acontecido atualmente na vida do colunista, creio que até a semana que vem isso terá acontecido, o “Meu diário musical” passará a ser semanal

Com vocês ...




Adoraria começar esta história contando o quanto eu sonhava desde pequenininho em estar no palco atuando e cantando, como na primeira vez que vi Cats aos oito anos de idade aquilo me fascinou de tal forma que não poderia pensar em outra coisa a fazer senão aquilo.

Bem, nada disso aconteceu. A verdade é que eu sou meio que o pioneiro da minha família a apresentar algum dom para as artes ( tirando um primo de terceiro grau que é global mas que eu nunca tive contato, um daqueles que a gente fala que é parente só para tirar onda com os amigos.) Em outras palavras , eu sou o ET da casa.
 
Minha memória mais longínqua sobre meu interesse por música ou teatro vai de ouvir os discos da Xuxa e cantar junto no caso da primeira e uma peça na pré escola no caso da segunda. 

Porém, por alguns anos de minha vida tive uma incentivadora constante ao meu lado: minha mãe. Era ela que me pedia para contar repetitivas vezes a mesma história só para me ver encenar exageradamente fatos do dia a dia. Era ela também que não pedia para eu baixar o som quando eu cantava todas as partes de todos os integrantes do Balão Mágico com seus devidos tons de voz.

Mas o tempo passou e Papai do céu achou que era hora de levar minha mãe para perto dele. Sendo assim, minha vida voltou mais uma vez para a estaca zero em termos artísticos. Na verdade minha vida virou uma verdadeira novela mexicana, passei minha adolescência inteira lidando com as crises conjugais , traições, corrupções e coisas dignas de uma versão de Maria do Bairro.

Mas tragédias familiares de lado, mais ou menos por volta do ano 2004 eu redescobri o prazer em cantar. Isso porque comecei a cantar na igreja, primeiro em um coral e depois em um grupo musical. Mesmo na época com minha voz extremamente puxada para o nariz por algum motivo as pessoas pareciam gostar de me ouvir.

O teatro entrava na minha vida a partir das peças que eu amava ver e dos filmes que todos os finais de semana invadiam o meu DVD ou as telas de cinema que eu freqüentava na cidade.  Sempre que eu saia de uma sala de cinema eu pensava: “cara um dia ainda vai passar um filme meu nesse cinema”. Coisa de gente louca eu sei , mas eu pensava. (tá bom eu ainda penso)

Muitas coisas aconteceram nestes seis anos , se eu for contar todos os dramas esse post vai acabar sendo só sobre minhas desaventuras e não sobre o que realmente interessa. Mas vamos adiantar a fita e ir para 2009, vulgo ano passado.

Me mudei de Brasília para Belo Horizonte para estudar teologia (!). No meio disso tudo me envolvi com música e mais intensamente com teatro. Na minha nova cidade as pessoas insistiram tanto para que eu fizesse teatro que acabei entrando (e gostando).

Participei de algumas montagens estudantis de teatro e no começo do ano passado me vi envolvido na produção e realização de um musical gospel. Era algo novo e inusitado. A princípio participaria apenas de uma apresentação que seria parte paralela de um evento de grande porte, acontece que a apresentação lotou o auditório e acabou rodando onze cidades do sul e sudeste do Brasil.

Foi ali que minha história com o teatro musical começou. No nosso próximo encontro você descobrirá como foi essa turnê e como eu decidi que queria , e muito, fazer isso para o resto da vida.

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